Lendo uma coleção de textos de Antropologia, de autores renomados, dentre os quais, Claude Levi-Strauss e Franz Boas, chego a leitura sobre o Feiticeiro e Sua Magia, que trata da celebração dos ritos sagrados, onde o enfeitiçado experimenta os fenômenos do reino das sombras.
As práticas mágicas parecem reais, mas sua eficácia depende da crença na magia, por parte do doente ou enfeitiçado.
Os feiticeiros mantém relações muito íntimas com as forças sobrenaturais, contam historias, reivindicam poderes, apresentam versões múltiplas com detalhes dramáticos. E ao capturar a magia da alma doente, exercem o Xamanismo.
Xamanismo é uma filosofia de vida muito antiga, que visa o reencontro do homem com os ensinamentos da natureza e com seu mundo interior.
É um conjunto de ensinamentos milenares, que foram passados por tribos indígenas do mundo todo até os dias de hoje. Os ensinamentos Xamanísticos se baseiam na observação dos elementos e ciclos da natureza; sol, lua, terra, água, fogo, animais, plantas, para favorecer a integração dos corpos físico, mental, emocional e espiritual.
O conceito da cura xamânica é que ninguém cura o outro, mas que a cura está dentro de cada um.
O Xamã, grande feiticeiro, é um predestinado, com profundo conhecimento da arte de encenar, simular crises, entoar cantos mágicos. O Xamã, mantém íntima relação com as forças sobrenaturais e seu pensamento ora normal, ora patológico se completam e entender esses rituais de cura é compreender além da condição humana. O encantamento de Nuchu, que é o espírito protetor que encarna para atender o Xamã. Nuchu é quem dota os homens de poderes excepcionais.
Nas tribos indígenas, o xamanismo é comumente utilizado para resolver partos difíceis e o mundo uterino é ainda retratado como um mundo povoado por monstros ferozes, que propositalmente, aumentam as dificuldades das mulheres na hora dos partos.
Por ora, melhor entender o xamanismo como uma prática que reconecta o homem a sua sabedoria interior e ao seu poder pessoal.